Essa notícia deve agradar aqueles que gostam de se vestir bem. Pesquisadores da Universidade do Texas, da Cornell Tech, da Georgia Tech e do Facebook AI Research desenvolveram uma inteligência artificial que se propõe a fazer edições mínimas nas peças de roupa que alguém está vestindo para maximizar características ligadas à moda, descritas por um termo em inglês que não tem tradução, fashionability. Esse é um desafio até então não endereçado no campo da visão computacional. Na prática, a ferramenta, chamada de Fashion++, propõe, por exemplo, a remoção de um acessório, a troca por uma blusa com gola alta, a mudança de uma cor, ou simplesmente colocar a camisa pra dentro da calça ou enrolar as mangas, de forma que a pessoa pareça bem vestida de acordo com critérios de moda.
O modelo é uma rede neural geradora de imagens, treinado para produzir roupas baseado em encodings aprendidos de cada peça de vestuário. Esses encodings foram gerados a partir de milhares de imagens postadas por entusiastas da moda. A análise dessas imagens pelo modelo também lhe permitiu entender quais componentes contribuem para fashionability alta. Em modo de predição, o modelo recebe uma foto da pessoa e primeiro decompõe a vestimenta em features latentes para textura (como cor, padrões, material) e formato (tamanho, estilo, caimento), através de estruturas separadas de encoding. Um módulo de edição propõe então mudanças nesses features latentes, de forma a maximizar as características aprendidas relacionadas a fashionability. Depois, um gerador de tamanho volta a transformar o feature correspondente em uma máscara de tamanho real, que é fundida com o feature de textura editado. Por fim, o gerador de textura produz a saída do modelo, uma imagem com o visual editado. De acordo com o artigo publicado detalhando o trabalho, o Fashion++ é bem sucedido tanto de acordo com métricas automatizadas quanto com a opinião de avaliadores humanos.
Créditos: Universidade do Texas.
A proposta é que o Fashion++ possibilite visualizar sugestões de mudanças nas roupas sem que a pessoa tenha que trocar de roupas na vida real. O sistema pode ser ajustado para propor o menor número de edições ou a maior fashionability final.
Após a publicação do trabalho, os autores já pensam em implementar melhorias. Algumas das ideias são aumentar a diversidade de tamanho e formatos de corpo e também a representação de diferentes culturas. Além disso, eles pretendem se esforçar para tornar as sugestões mais personalizadas, como considerando o estilo do usuário ou as roupas que ele já possui no guarda-roupas.
A ideia por trás do projeto é apresentada no vídeo abaixo. O código desenvolvido está disponível para acesso aberto.