A China está empenhada em se tornar uma referência em inteligência artificial. Na semana passada, o jornal oficial do Ministério de Ciência e Tecnologia noticiou que o governo vai começar a usar um sistema de monitoramento de terremotos baseado na tecnologia para acompanhar as atividades sísmicas das províncias de Yunnan e Sichuan, no sudoeste do país. A China tem no histórico alguns dos terremotos com maior número de fatalidades já registrados, como aquele que assolou a província de Sichuan em 2008, causando mais de 85 mil mortes.
O sistema, desenvolvido pela Universidade de Ciência e Tecnologia, é um projeto que levou seis anos e agora entra em uma fase de testes de um ano nas duas províncias. Ele foi treinado para processar uma grande quantidade de dados sísmicos e produzir relatórios num intervalo de dois segundos. Quando usado para avaliar 446 eventos passados, atingiu precisões superiores àquelas apresentadas pelos métodos tradicionais, que dependem de um profissional técnico de plantão analisando os dados para calcular parâmetros como epicentro, magnitude, duração e profundidade, necessários para a predição dos efeitos do fenômeno.
Se os testes forem bem sucedidos, a expectativa é que o sistema substitua os métodos de monitoramento em funcionamento, o que deve reduzir o número de eventos não registrados ou erros nas estimativas. A velocidade do processamento dos dados deve capacitar as autoridades a responderem mais rapidamente a ameaças, desligando usinas nucleares, diminuindo a velocidade de trens e mobilizando as operações de busca e resgate, por exemplo. Os pesquisadores já começaram a conversar com outros países que sofrem com terremotos, como Japão, Turquia e México.