IA identifica casos moderados e graves de retinopatia com 100% de sensibilidade

A retinopatia diabética é uma doença que acomete os olhos quando há complicação da diabetes tipo 1 e 2, podendo chegar a causar cegueira. Um dos métodos diagnósticos preferenciais é o imageamento digital da retina. Entretanto, com o aumento nos últimos anos da incidência da diabetes, a análise dessas imagens, que é feita por profissionais qualificados, tem se tornado um gargalo nos serviços de saúde.

Um estudo importante para aliviar essa pressão foi publicado em julho. Pesquisadores ingleses apresentaram os resultados da aplicação de um sistema comercial de inteligência artificial para análise de imagens de exames de retinopatia, chamado EyeArt, em uma população de mais de 30 mil pacientes do sistema de saúde público do país, contendo cerca de 120 mil imagens. Este é o maior estudo já publicado avaliando o uso de inteligência artificial para o diagnóstico desta doença em um ambiente real. As imagens haviam sido classificadas por profissionais em quadros leves, moderados e graves. O algoritmo conseguiu identificar 98% dos pacientes que se enquadravam no quadro leve, e 100% nos casos moderado e grave. Nos pacientes com ausência da doença, o sistema concordou com o diagnóstico médico em 68% dos casos. Os resultados são considerados extremamente robustos pela característica realista dos dados utilizados.

Além de permitir a análise automatizada das imagens, os pesquisadores estimaram que a adoção do sistema poderia proporcionar uma economia de mais de 10 milhões de libras por ano. Isso porque somente os pacientes identificados como positivos, que acabam sendo uma minoria entre todas as pessoas examinadas, necessitam de atendimento adicional. O número de imagens que deveria passar por um técnico humano seria cerca de 5 milhões menor, anualmente, o que reduziria sua demanda pelo menos pela metade. Isso sem comprometer em nada o serviço prestado.

Os cientistas ainda lembram que formas mais rápidas de atender os pacientes devem ser essenciais no mundo pós-pandemia, já que muitas pessoas estão evitando visitar os centros de saúde neste período, o que resultará em acúmulo no futuro. O sistema avaliado neste estudo mostra que a inteligência artificial pode fornecer diagnósticos rápidos e clinicamente equivalente para retinopatia, podendo ajudar até a lidar com as consequências causadas pelo novo coronavírus.

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