Vários países já enfrentam ou se preparam para enfrentar a segunda onda de contágio do novo coronavírus. Israel, que é um dos polos mundiais de startups de alta tecnologia, está aplicando inteligência artificial para amenizar os impactos que esta nova onda terá na vida dos cidadãos. A Clalit, maior prestadora de serviços de saúde do país, está coordenando os esforços para transformar as informações coletadas e processadas por algoritmos em planos de ação acionados pela administração pública.
Já no início da pandemia, o Ministério da Saúde disponibilizou um questionário em formato de aplicativo para que a população pudesse se auto-diagnosticar, informando sintomas que pudessem estar relacionados à doença. Além de fornecer informações para atendimento aos usuários, as estatísticas coletadas também permitem identificar regiões onde o número de casos sintomáticos cresce, caso em que as autoridades disponibilizam testes para confirmação. Desta forma, é possível isolar o contágio com lockdowns locais, sem ter que paralisar toda a economia.
Outra medida adotada foi a instalação de câmeras térmicas em hospitais, que permitem identificar os profissionais de saúde que estejam apresentando febre. Uma solução ainda mais sofisticada foi implementada no Hospital Sheba, em Tel-Aviv, uma das metrópoles do país, que usa reconhecimento facial para localizar pessoas que entraram em contato com pacientes identificados positivamente, possibilitando sua comunicação imediata e colocação em quarentena.
Durante a primeira onda, Israel contabilizou menos de 20 mil infectados e 300 mortes, números considerados pequenos para a população de 9 milhões, principalmente em comparação com outros países, o que atesta a eficiência da abordagem escolhida.
Atualmente, o governo incentiva que, em caso de suspeita, o primeiro tratamento seja feito via aplicativo. Algoritmos analisam os sinais vitais que os usuários informam para gerar diagnósticos primários, orientando sobre os próximos passos. Assim, as equipes de saúde nos hospitais podem se concentrar nos casos mais graves.