Quadros gerados por IA democratizam arte de alto nível

Em outubro de 2018 ocorreu a primeira venda de um quadro gerado por inteligência artificial: o retrato “Edmond de Belamy”, que ilustra este artigo, foi vendido em um leilão por pouco mais de 400 mil dólares. Três anos depois, a empresa ART AI se apresenta como o maior acervo de arte gerada por IA, no caso sua IA residente, que incorporou os avanços na área realizados no período.

A empresa foi fundada por três amigos israelenses que são entusiastas tanto de arte como de tecnologia. Os modelos utilizados são baseados nas redes adversariais generativas (GANs), as estruturas de rede mais recentes para produção de conteúdo inédito. Estas redes são compostas de dois módulos: um chamado gerador, que é responsável pela produção de conteúdo, e outra chamada de discriminador (ou crítico, como chamam os fundadores do ART AI), que julga se o trabalho gerado pode ser considerado legítimo, comparando com trabalhos verdadeiros. A rede é considerada eficiente quando, depois de um treinamento exaustivo, o gerador consegue “enganar” o crítico, que não consegue distinguir entre trabalhos criados pela IA e trabalhos verdadeiros.

No caso dos quadros gerados pelo ART AI, o gerador foi ajustado para aprender separadamente as característicos de conteúdo e de estilo das obras de arte, ou seja, aquilo que representa os objetos pintados e aquilo que representa o estilo artístico do pintor. Assim, ele consegue depois misturar estilos e conteúdos de formas inovadoras, gerando novas imagens a partir do zero. O crítico, por sua vez, usa como base uma coleção extensa de obras de arte verdadeiras e, ao longo do processo, aprende como definir o que nós, humanos, chamamos de arte. Cada vez que o gerador produz uma obra que é reprovada pelo crítico, ele melhora seu desempenho, até o ponto de se tornar tão eficiente quanto um pintor real.

Quando o algoritmo da ART AI gera uma quantidade considerável de imagens, uma outra IA é usada para gerar o nome das peças, e depois o pessoal técnico as organiza em coleções, que são colocadas para exposição e venda no site da empresa.

Os desenvolvedores buscam com a iniciativa democratizar o acesso à arte com fins decorativos, disponibilizando obras originais que foram inspiradas nos trabalhos dos maiores pintores da história. Assim, um cliente pode adquirir um quadro único que evoca o estilo de um artista ou de uma escola artística de seu interesse, por valores consideravelmente mais acessíveis do que aqueles que ocorrem em leilões. A empresa se fixou nos Estados Unidos e garante que o volume de vendas está dentro de suas expectativas.

O acervo está completamente disponível no site.

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