A inteligência artificial já tem sido aplicada em intervenções focadas no alívio de sintomas de depressão e ansiedade, mas um estudo publicado em junho pela Universidade de Stanford finalmente comprova a eficácia da abordagem.
Os pesquisadores trabalharam em colaboração com a Youper, uma plataforma móvel que fornece serviços psicológicos no formato de telemedicina. Um desses serviços envolve o uso de inteligência artificial para prestar intervenções pontuais, em momentos de maior aflição dos usuários, buscando ajudá-los a superar a crise. Nesta modalidade, o aplicativo orienta os usuários na prática de habilidades de regulação emocional que tendem a normalizar seu estado. No estudo, cerca de 4500 usuários da plataforma foram acompanhados durante quatro semanas. Em apenas duas semanas, entretanto, já foi percebida uma diminuição de 24% nas crises de ansiedade, e 19% nas crises de depressão. Os resultados se mantiveram até o final do estudo. Além da eficácia terapêutica, os usuários avaliaram a intervenção como altamente positiva, o que confirma a aceitação da terapia fornecida pela inteligência artificial.
A ferramenta não tem por objetivo substituir a terapia convencional, mas fornecer suporte em momentos de crise, que podem ocorrer entre sessões. Além disso, há o potencial de expandir o acesso ao cuidado mental ao mesmo tempo em que reduz seus custos. Ainda que a telemedicina tenha ajudado nesta questão, ainda há carência de profissionais para atender emergências, e é neste vão que a inteligência artificial deve mostrar sua maior utilidade.
A Youper considerou os resultados tão encorajadores que aumentou sua capacidade de atendimento, incluindo novos terapeutas e a prescrição de medicamentos. A inteligência artificial vai ajudar a fornecer um serviço de saúde mental completo, encorajando o envolvimento dos pacientes no seu próprio processo terapêutico.