O estetoscópio é um instrumento diagnóstico tão útil que já faz parte do senso comum da vestimenta de um médico. Entretanto, desde que foi inventado há cerca de 60 anos, ele continua praticamente o mesmo. Mas isto está prestes a mudar graças à inteligência artificial, como mostra um trabalho realizado por pesquisadores da Universidade Aalto, na Finlândia. Eles desenvolveram um dispositivo que fornece uma ampla gama de funções corporais, as quais são analisadas por um sistema inteligente, produzindo um diagnóstico provável e até oferecendo sugestões para exames mais aprofundados.
Alguns dos sinais captados pelo dispositivo envolvem a saturação de oxigênio, a pulsação, um eletrocardiograma e temperatura. Os dados podem ser analisados em conjunto com prontuários médicos, resultados de exames clínicos e histórico de medicação. Como resultado, a inteligência artificial produz o diagnóstico mais provável, que é apresentado na forma de uma nuvem de palavras codificada por cor. O diagnóstico, por sua vez, direciona a sugestão de exames adicionais com maior poder elucidativo. Toda esta etapa ocorre sem a participação de um médico.
Este sistema começou como parte de um projeto ambicioso sob supervisão da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, onde um time multidisciplinar esteve envolvido na análise do ambiente hospitalar para encontrar oportunidades de melhorias que pudessem ser oferecidas por tecnologias inovadoras. O time da Universidade Aalto ficou responsável pela fase mais avançada do desenvolvimento. Agora, a startup Vital Signs está preparando o lançamento do sistema no mercado. Atualmente, ele está sendo testado em uma fase clínica piloto, com expectativa de lançamento na Europa no final de 2023.