Tradicionalmente, a avaliação da segurança de produtos químicos se baseia em testes em animais, um processo lento, caro e que levanta sérias questões sobre o bem-estar animal. Por isso, um recente avanço baseado em inteligência artificial oferece uma alternativa promissora.
Pesquisadores da Universidade de Tecnologia Chalmers e da Universidade Gothenburg, na Suécia, desenvolveram um modelo de IA capaz de prever efetivamente a toxicidade de um produto químico analisando apenas sua estrutura molecular. Essa abordagem, baseada em transformers, uma arquitetura de aprendizado originalmente projetada para processamento de linguagem natural, oferece uma solução mais rápida, econômica e que elimina completamente a necessidade de testes em animais.
O modelo foi treinado com extensos bancos de dados de testes laboratoriais realizados no passado. Na etapa de avaliação, em comparação com outros métodos computacionais, o novo modelo se mostrou mais preciso e aplicável.
O significado desse desenvolvimento é multifacetado. Em primeiro lugar, tem o potencial de agilizar significativamente o processo de avaliação de segurança química. Tradicionalmente, esse processo pode levar anos e incorrer em custos significativos. O modelo de IA oferece a possibilidade de simplificar esse processo, resultando em ciclos de desenvolvimento de produtos mais rápidos e menor tempo de lançamento para novos produtos químicos. Em segundo lugar, pode levar a reduções substanciais de custo ao colocar novos produtos químicos no mercado. A eliminação do teste em animais do processo de avaliação de segurança pode se traduzir em economias significativas para as empresas de desenvolvimento químico. Mais importante ainda, abre caminho para uma abordagem mais ética ao teste de produtos químicos, eliminando a necessidade de depender de animais.
A natureza de código aberto deste modelo de IA, acessível através do serviço Trident, reforça a crença dos pesquisadores de que ele pode ser uma ferramenta valiosa para uma ampla gama de partes interessadas. Isso inclui agências regulatórias ambientais, empresas de desenvolvimento de produtos químicos e pesquisadores, e todos trabalhando em direção a um futuro onde as avaliações de segurança química sejam mais rápidas, mais baratas e, mais éticas.