Projeto traz IA personificada às salas de aula

A pandemia do novo coronavírus forçou a entrada da tecnologia nas salas de aulas, o que catapultou o interesse de alguns pesquisadores sobre como será a educação do futuro. Um novo projeto feito em parceria com a empresa TJX e a Universidade de Colorado Boulder, nos Estados Unidos, acaba de ser lançado, empregando 20 milhões de dólares da Fundação Nacional para a Ciência para estudar a interação entre alunos e a inteligência artificial na sala de aula.

A pesquisa vai desenvolver uma inteligência artificial personificada na figura de uma agente, que foi batizada de Diana. A intenção é que Diana se torne uma parceira natural na sala de aula, capaz de ouvir e enxergar o ambiente, fazendo inferências a partir de gestos – como apontar o dedo, encolher os ombros ou balançar a cabeça -, da direção dos olhos e das expressões faciais de alunos e professores. Ela então vai usar essas informações para se comunicar com a turma de forma individualizada, garantindo que as necessidades de todos os alunos sejam atendidas.

Os pesquisadores já estão trabalhando em Diana há cerca de 5 anos. Além de extrair informações do mundo real, ela pode realizar tarefas num ambiente virtual chamado VoxWorld, complementando suas interações com as pessoas. Assim ela pode, por exemplo, demonstrar como alguma atividade específica deve ser realizada. O novo projeto objetiva trazer a Diana para o contexto escolar, tornando-a uma assistente do processo de educação.

Num primeiro momento, a inteligência artificial deve ser introduzida nas salas de aula de forma passiva, com uma forma não-personificada – um aplicativo de smartphone, por exemplo -, fazendo leituras do ambiente para aprender a reconhecer as pessoas por sua voz, por exemplo. Junto com isso, ela deve reunir informações da interação entre a turma, gerando perfis para acompanhar e otimizar o processo de aprendizagem individual de cada aluno. Na segunda etapa, ela deve intervir na rotina daqueles alunos que precisem de mais atenção, para garantir que ele está entendendo os conteúdos ministrados, enquanto monitora seu progresso, seu humor, e seus níveis de satisfação ou frustração.

Num ambiente de aprendizagem virtual como o que estamos vivendo, a introdução de um agente como Diana pode ser ainda mais natural: não só a natureza das interações já tem este aspecto virtual que torna a presença de Diana menos estranha, mas algumas questões técnicas já são resolvidas, como a individualização dos feeds de vídeo e áudio por aluno/professor.

O projeto será conduzido pelos próximos 5 anos, e vai responder a questões importantes sobre o uso de avatares inteligentes na sala de aula.

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