Nos seus primórdios, o Google se tornou popular graças ao seu mecanismo de busca, tanto que o nome da empresa virou sinônimo de procurar na internet. Atualmente, esta ferramenta ainda é um dos principais produtos da empresa. Para manter esta liderança, o Google tem investido em torná-la cada vez mais refinada, almejando disponibilizar a busca perfeita. Em outubro do ano passado, a empresa dedicou o evento Search On exclusivamente para mostrar os novos recursos de pesquisa.
Como não poderia deixar de ser, muitos recursos passam a usar os algoritmos mais modernos de inteligência artificial, trazendo respostas cada vez mais relevantes e específicas para os usuários. Uma das inovações mais impactantes é a utilização do BERT, modelo de processamento de linguagem natural desenvolvido pela própria empresa, que agora já integra todas as pesquisas realizadas na plataforma. De forma geral, o BERT permite que os computadores entendam o contexto das palavras, permitindo por exemplo resolver a ambiguidade de palavras com a mesma grafia em função das demais palavras entradas no campo de pesquisa: se digitamos “celular barato”, o mecanismo vai entender que estamos falando de aparelho celular, enquanto que “reprodução celular” se refere a células. Ainda relacionado à grafia, o uso do BERT permite que a ferramenta de pesquisa entenda palavras com erros de digitação graças a essa contextualização, o que antes era mais difícil porque dependia de um “dicionário” contendo a palavra certa pareada com os erros mais comuns.
Outra novidade possível graças à incorporação do BERT é que agora, a pesquisa do Google não retorna apenas as páginas correspondentes, mas acessando os links, somos direcionados diretamente para o trecho da página que responde a nossa pesquisa. Ainda relacionado ao processamento de linguagem natural, as buscas no Google são agora capazes de encontrar informações dentro de vídeos, apontando com marcadores onde a resposta desejada se encontra. Assim ficou muito mais rápido encontrarmos a informação de interesse.
Em meio à pandemia do novo coronavírus, as buscas relacionadas a locais agora também informam em tempo real sobre sua ocupação, permitindo aos usuários escolher onde ir sem precisar checar pessoalmente para manter a observância do distanciamento social.
Outros recursos interessantes incluem dados estatísticos mais precisos, graças à parceria com organizações como a Data Commons Project, que forma um banco de dados aberto com estatísticas coletadas por diversas organizações; funções novas do Google Lens, que por meio de realidade aumentada poderá fornecer informações ainda mais úteis sobre imagens capturadas pelas câmeras de um smartphone; o Journalist Studio, uma ferramenta voltada aos jornalistas para ajudar a encontrar e checar informações; e aprimoramentos do recurso “que música é essa?”, que agora também pode identificar músicas a partir do mero cantarolar da melodia, retornando as respostas mais prováveis com a probabilidade correspondente.
Nem todos os recursos estão disponíveis mundialmente no momento, mas é apenas questão de tempo até que este se torne o novo padrão de pesquisas pela internet.