O Galaxy S21, último smartphone top de linha lançado pela Samsung, se tornou um campeão de vendas. Enquanto ela comemora o sucesso do novo aparelho, a empresa anunciou esta semana que está retrabalhando aparelhos mais antigos da linha para servirem como dispositivos de cuidados oftalmológicos em locais onde a assistência de especialistas é escassa.
A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 30% da população mundial sofre com algum problema de visão, mas ainda que metade destes problemas possam ser prevenidos, o número de pessoas não atendidas é ainda muito grande. A demanda por soluções acessíveis tem crescido conforme a inteligência artificial tem tornado este tipo de diagnóstico mais fácil. A Samsung então resolveu juntar esta necessidade com a ideia de reduzir o impacto do lixo eletrônico gerado pela rápida evolução dos smartphones.
A iniciativa faz parte do programa chamado Galaxy Upcycling, cujo objetivo é reciclar aparelhos fora de uso para utilizar inteligência artificial em aplicações que exijam menos recursos. No caso do novo projeto, os aparelhos estão sendo acoplados a câmeras de mão de desenvolvimento da própria empresa, chamadas de Eyelike, que são usadas para fotografar o fundo do olho. Este é um tipo de exame rotineiro em clínicas oftalmológicas, e serve para diagnosticar várias doenças. A câmera é equipada com uma lente apropriada para este tipo de fotografia, e o smartphone é responsável por capturar a imagem. O próprio aparelho aplica inteligência artificial para produzir um diagnóstico com base nas imagens, sugerindo um tratamento adequado. Algumas das doenças que podem ser identificadas incluem retinopatia diabética, glaucoma e degeneração da mácula relacionada à idade, que sem tratamento podem levar à cegueira.
A Samsung comenta que esta solução é mais barata do que outros equipamentos comerciais disponíveis, e está inicialmente oferecendo este dispositivo para países com atendimento oftalmológico precário, como Vietnam, Índia, Marrocos e Papua Nova Guiné.
A empresa agora está trabalhando em um colposcópio com as mesmas características, também baseado em aparelhos smartphone fora de uso empregando inteligência artificial, para diagnosticar câncer cérvico e assim aumentar a disponibilidade de serviços de cuidado ginecológico em regiões com atendimento precário.