A capacidade de prever incidentes de interesse público é importante para que as autoridades possam programar medidas preventivas. Neste âmbito, a incidência de crimes é de especial interesse. As tentativas anteriores de prever crimes usam abordagens epidêmicas, onde se considera que os atos criminosos se espalham a partir de núcleo de origem, mas isto não leva em consideração o ambiente social complexo das cidades e não considera a relação entre os episódios de delito e o efeito do policiamento.
Usando dados públicos, pesquisadores da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, treinaram uma inteligência artificial para prever crimes através do padrão temporal e geográfico em que ocorrem. Na nova abordagem, a cidade foi dividida em um sistema de grades de cerca de 1000 pés (cerca de 300 metros), o que representa melhor os padrões de dispersão de fenômenos sociais do que as fronteiras políticas que separam zonas, regiões e bairros, além de também reduzir o fenômeno do viés no tratamento por parte das autoridades. Eles usaram informações das categorias de crimes violentos e materiais, já que, ao contrário de crimes mais leves, são fenômenos geralmente reportados, o que aumenta a confiança nos registros, e também menos passíveis de viés.
O modelo conseguiu prever a incidência de crimes nas áreas demarcadas com uma semana de antecedência, com acurácia de 90%. Resultados similares foram reportados para outras sete grandes cidades americanas.
Os autores são cautelosos ao afirmar que seu sistema não deve ser encarado como uma ferramenta para abordar pessoas antes que elas cometam delitos, como no filme Minority Report, mas sim para ajudar a desenvolver políticas urbanas e estratégias de policiamento para reduzir as incidências. O modelo produz um “gêmeo virtual” das cidades, onde fenômenos relacionados a crime e seus efeitos podem ser testados antes de serem colocados em prática em um cenário real. Assim, fica muito mais fácil entender o fenômeno da criminalidade e os fatores que mais impactam no seu surgimento e em sua prevenção.
Só a teoria, porém: qual é a ferramenta ? Quais as skills usadas pra criar a ferramenta do DP de Chicago ? Como implantar aqui em nosso País ?
Olá Carlos,
Nesta sessão do blog, nosso objetivo é mais mostrar rapidamente aplicações interessantes de IA pelo mundo, mas sempre que está disponível, nós adicionamos um link para a referência. Este artigo contém um link para a publicação onde maiores detalhes técnicos podem ser encontrados.
Senhores, em maio/2019 no 16th CONTECSI USP, publiquei uma pesquisa com o título: “APLICAÇÃO DE ALGORITMOS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA PREDIÇÃO DE ASSALTOS A BANCOS NO ESTADO DO CEARÁ”, que tem alguma semelhança com a materia publicada.
Para maiores detalhes, segue o link do ARTIGO publicado:
https://www.tecsi.org/contecsi/index.php/contecsi/16CONTECSI/paper/viewFile/6195/3741
Aproveito para mandar um abraços e saudações para o Prof. Dr. Jones Granatyr, grande incentivador da IA no Brasil.
Atte.
Prof. Wellington Aguiar
Obrigado por compartilhar 🙂
Denny, parabéns pelo artigo, ilustrou como é possível utilizar informação e inteligência agregadas à tecnologia aplicada.