Novos recursos da Alexa aumentam realismo da interação

A Amazon está empenhada em tornar a Alexa uma assistente virtual cada vez mais integrada ao ambiente familiar. No final de setembro, a empresa divulgou uma série de recursos que serão incorporados à inteligência artificial do dispositivo. Dentre eles, um testa a capacidade da assistente em aprender com participação ativa dos usuários, e outro faz com que a Alexa seja capaz de interagir com mais de um usuário ao mesmo tempo.

O primeiro recurso se baseia na ideia de que nem sempre é possível entender um comando com as instruções fornecidas pelo usuário. Por isso, a Alexa deve agora começar a perguntar por esclarecimentos adicionais. Ela vai, por exemplo, perguntar qual é o grau de luminosidade desejado para ajustar o ambiente a um “modo de leitura”, se for solicitada a fazer esta alteração. As novas informações coletadas, além de dirigirem a ação imediata, serão “lembradas” para que a assistente não precise perguntar de novo. Além de se adequar ainda mais ao perfil individual dos seus usuários, a abordagem vai servir como se estivesse fornecendo novos dados para a inteligência artificial treinar em tempo real, chegando a um desempenho ainda mais superior. Neste sentido, é um conceito inovador na área dos assistentes virtuais.

A segunda novidade vai permitir com que a Alexa participe de uma conversa com mais pessoas. Imagine, por exemplo, que um casal esteja interessado em pedir comida através da assistente, conversando entre si e com a Alexa de forma intercalada, mas sem se direcionar claramente a ela. Com o novo recurso, a Alexa vai entender quais perguntas são endereçadas a ela, e até interromper caso uma das pessoas esteja falando algo inconsistente com a tarefa em andamento, num ambiente de conversa natural. Ela vai poder, por exemplo, informar que o restaurante sobre o qual se está discutindo não abre hoje, antes que o assunto se estenda desnecessariamente.

Estes novos recursos são relativamente complexos, e o fato de estarem sendo incorporados demonstra como a tecnologia do processamento de linguagem natural avançou nos últimos anos. A inteligência artificial da Alexa precisa, por exemplo, entender que uma pergunta precisa de esclarecimento adicional, depois extrair as informações que devem ser usadas para então formular uma pergunta, e por fim memorizar a resposta; ou então entender que as pessoas em diálogo estão perguntando algo que é de competência dela e responder com a menor latência possível.

Num primeiro momento, os recursos serão lançados em forma limitada. A Alexa vai indagar só sobre dispositivos conectados a ela como iluminação e termostato, por exemplo, e só vai participar de conversas quando explicitamente solicitada (com o comando “Alexa, join the conversation”, pra ser mais exato), mas o período inicial servirá de teste tanto de desempenho quanto da aceitação dos usuários. É importante garantir que a assistente não se torna intrusiva demais, o que pode comprometer qualquer intenção construtiva do projeto. Mas tudo leva a crer que, em breve, os assistentes virtuais serão de fato capazes de conversar conosco da mesma forma que os assistentes humanos fazem hoje.

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