O Japão é conhecido mundialmente por ser referência em tecnologia inovadora, e o país está aproveitando sua posição como sede dos Jogos Olímpicos este ano para mostrar que esta fama não é gratuita. Já em 2019, os organizadores do evento em Tóquio anunciaram parceria com a Intel para trazer às Olimpíadas toda a expertise da empresa em inteligência artificial, oferecendo novas experiências aos atletas, aos colaboradores, ao público local e a todos os espectadores ao redor do mundo.
Uma das novidades é um sistema chamado de 3D Athlete Tracking, ou 3DAT, que emprega visão computacional para trazer insights em tempo quase real durante eventos de corrida. O sistema é formado por quatro câmeras com alta mobilidade que são usadas para capturar a forma e o movimento dos atletas durante as competições. As informações coletadas são processadas por algoritmos que estimam suas poses, com o objetivo de realizar uma análise biomecânica dos corredores. A inteligência artificial produz então visualizações que podem ser sobrepostas ao vídeo para mostrar detalhes inéditos sobre a performance dos atletas durante os replays.
Para os colaboradores, a Intel desenvolveu um sistema de realidade virtual a ser utilizado no seu treinamento. A tecnologia produz uma experiência de aprendizagem imersiva com feedback instantâneo, com o objetivo de aumentar a eficiência e reduzir os custos do processo. A pandemia do novo coronavírus elevou a relevância desta modalidade de treinamento, já que evita aglomerações desnecessárias.
A empresa também desenvolveu um sistema de reconhecimento facial em larga escala, chamado de NeoFace, que está sendo aplicado para identificar mais de 300 mil pessoas, aumentando a segurança e facilitando a liberação de acesso para atletas, colaboradores, o público e a mídia.
Até a vinheta dos Jogos Olímpicos de Tóquio foi desenvolvida com inteligência artificial. Um algoritmo foi usado para analisar mil amostras sonoras que refletissem temas como “esporte”, “cultura japonesa”, “vida cotidiana” e “natureza”, produzindo cinco ritmos diferentes para animar os jogos. A ideia é que cada versão da vinheta tivesse uma parte inicial que deveria ser seguida pelo público com palmas, e assim produzisse uma experiência mais imersiva tanto para o público quanto para os atletas.
Seja pela maturidade atual da inteligência artificial, seja pela vanguarda do Japão em temas relacionados, estes estão sendo os Jogos Olímpicos mais tecnológicos e imersivos de todos os tempos.